Querido José, por favor diga para mim:
Jesus brincou de queda de braço com você,
Querendo ser é mais forte que o pai assim,
Como fazemos com Deus sem perceber?
E quando Ele quis ser carpinteiro,
Você lhe ensinou a usar o formão?
Como foi ensinar ao próprio Deus
A fazer uma mesa, uma cadeira, com sua mão?
Será que Ele errava, vez ou outra,
Medindo a tábua com o esquadro torto,
Só pra que você pudesse corrigir,
E, no seu amor, sorrisse mais um pouco?
Quando a noite caía sobre Nazaré,
Você o abraçava em silêncio, cansado,
Sentindo que o mundo inteiro cabia
Naquele corpo pequeno, deitado ao seu lado?
Meu bom José, diga-me:
Como foi olhar nos olhos de quem tudo vê
E ser pai daquele que te fez
Sempre no silêncio que marcou você?
E como foi ensinar a rezar ao Pai Nosso,
Que está nos céus, aquele Menino,
Que aprendia contigo e te chamava de pai,
Apesar de ser Ele mesmo o Verbo Divino?
Ah, São José, modelo de tanto amor,
Meu corajoso e sábio amigo carpinteiro,
Ensina-me a viver no silêncio e no labor,
E amar Deus como você O amou primeiro.