Hoje se completa um ano do terrível evento que ficou conhecido como o “Massacre do Raul Brasil“. Um ano de luto em Suzano.
Para mim, esta é uma data particularmente impactante porque sou casado com uma professora, tenho duas filhas em idade escolar e trabalho com educação em Suzano a mais de 15 anos.
É difícil escolher palavras para falar sobre o que aconteceu. Nas conversas, a gente percebe que, até hoje, é difícil para os suzanenses entenderem aquele 13 de março de 2019.
Antes de mais nada, mesmo sem saber as palavras corretas, fica aqui minha solidariedade, abraço fraterno e orações às famílias que foram impactadas por este triste evento.
Quero compartilhar com vocês um pensamento que, desde aquela data não para de martelar na minha cabeça,
Eu também matei alguém…
Eu também matei alguém,
quando preferi julgar a pessoa sem conhecer sua história.
Eu também matei alguém,
cada vez que usei palavras duras com quem me pedia um abraço.
Eu também matei alguém,
quando não dei atenção àquele amigo que precisava de um conforto.
Eu também matei alguém,
quando preferi falar só de mim em uma conversa.
Eu também matei alguém,
quando conversei com aquele amigo e não percebi que dias depois ele tiraria a própria vida.
Eu também matei alguém,
quando não fui visitar quem precisava da minha visita.
Eu também matei alguém…
Desde aquele dia, fico me perguntando o quanto eu contribuo para que o mundo seja mais difícil e menos humano. E esta não é uma questão de inocentar o criminoso.
O criminoso é culpado pelos seus atos. Mas eu também sou responsável pelos meus atos.
O modo como eu ajo fala muito mais alto do que minhas palavras, por isso preciso manter minha atenção em minhas ações para que elas estejam sempre alinhadas aos meus valores.
Que Deus nos ajude a sermos melhores conosco, com quem amamos, com os estranhos, com o mundo… A termos forças para tirar lições da dor e garantir que coisas assim, nunca mais aconteçam.
E caso você queira conversar, eu estou aqui.