Todo final de dia, depois do expediente que costuma ir até às 22 horas, eu acabo pensando na mesma coisa: na galera que “caiu” no teletrabalho por causa da pandemia.
Eu presto serviços em “home office” desde os meus 17 anos, quando comecei a me aventurar a desenvolver sites. Me habituei a resolver problemas por telefone ou por e-mail e a tentar tirar informações relevantes para o trabalho a partir de dados muito restritos.
Atender alguém sem o olho no olho, sem a possibilidade de sentar do lado e tirar dúvidas é muito complexo e demanda muito treino. É estressante e cansativo.
Por trabalhar assim há mais de 15 anos, com o tempo fomos montando uma estrutura aqui em casa:
- Arrumamos um canto eu que eu pudesse trabalhar;
- Colocamos uma mesa com gavetas e espaço suficiente para o computador, canetas, papéis para anotar, e etc;
- Instalamos um painel do lado dessa mesa;
- Conseguimos uma cadeira de escritório que me permite algum conforto ergonômico;
- Investimos em um notebook que atendesse, minimamente, a necessidade de muitas horas de uso seguido;
- Como eu sempre trabalhei online, a impressora não é das melhores coitada, mas ela digitaliza bem os documentos o que é de grande ajuda.
Perceba que foram muitos anos, fazendo uma coisa de cada vez, até ter um espaço adequado para trabalhar em casa.
Além da estrutura física, nós temos toda a organização desse trabalho em casa. As meninas estão acostumadas com o fato de eu fazer reuniões, gravar vídeos e etc.
Mesmo assim, o aumento das horas em teletrabalho faz isso tudo ser cansativo e estressante, mas a organização e a prática ajuda a administrar isso.
Daí fico pensando no pessoal que caiu nisso agora: O computador não está pronto para o tanto de horas que precisa ficar ligado, isso se tiver computador, senão o trabalho tem que ser no celular mesmo. A pessoa não tem um espaço pronto para o trabalho e tem que ficar se virando na mesa da cozinha ou no sofá. A família não está acostumada com esse tipo de rotina, as coisas vão se misturando e tornando a convivência estressante… e por aí vai.
Por isso, acho sacanagem quem diz que determinado profissional “não quer voltar a trabalhar”. Precisamos exercitar a empatia.
Minha solidariedade e admiração por todos que estão se esforçando e fazendo seu melhor para que tudo continue funcionando e enfrentando todo o sofrimento de “levar o trabalho para casa”.
Minha admiração a todos que não tem a oportunidade de trabalhar de casa e se expõe com coragem de quem precisa ganhar o sustento todos os dias.
Minha verdadeira admiração a cada trabalhador e trabalhadora, cada pai e mãe de família, cada ser humano de verdade que faz seu melhor por aqueles que ama em um momento tão difícil.
Lembre-se de quem é o inimigo!
2 Comentários
Eu encontrei seu site e adorei! com certeza vou voltar para ler o que mais você escrever
bjs, Nick
Obrigado pelo incentivo!
sinta-se sempre bem vindo por aqui!