Feliz dia do Folclore!
Hoje é dia 22 de agosto, dia de preparar a cartolina com um desenho irado do lobisomem e do saci, enfeitar a cauda da Iara com lantejoulas e conversar sobre receitas, músicas e danças tradicionais.
Quero aproveitar a data para conversar sobre uma coisa muito importante: Folclore não é mentira!
Eu vejo muitas pessoas usarem a palavra “folclore” como um sinônimo para “mentira”. Por exemplo: quando alguém conta uma história meio sem sentido e sem muita credibilidade, outra pessoa já comenta: “Ah! Isso não existe, é só folclore”.
Apesar de ser uma metáfora, a expressão é totalmente errada, afinal o folclore representa o nosso conhecimento como povo e a maneira da nossa cultura lidar com a realidade.
As lendas, os mitos, os causos e todas as outras manifestações folclóricas retratam o que acontece no nosso inconsciente. Dessa forma, o folclore representa coisas que sentimos e pensamos, muitas vezes sem nem mesmo saber.
A gente pode dizer que o folclore fala de verdades invisíveis a olho nú.
A grande diferença entre mentira e folclore pode ser contada, de maneira simples:
As mentiras são contadas para nos enganar, confundir nossa percepção entre a realidade e a ficção. Notícias falsas, as chamadas “fake news” contam fatos que não existem, quando isso atinge nossos sentimentos e crenças, gera o efeito da pós-verdade e nossa visão do mundo fica comprometida.
Já as narrativas do folclore, como manifestações da identidade do povo que são, se expressam em atitudes reais e cotidianas, e assim traduzem o modo como enxergamos a vida. Assim, elas também mostram nossos problemas sociais e a maneira como lidamos com eles.
Pensando assim, a gente logo percebe que conhecer nosso folclore nos ajuda a entender quem somos e, talvez seja nesse conhecimento ancestral, que nós vamos encontrar uma parte da cura para as mentiras e um remédio contra a desinformação.
“Bora” comemorar o folclore e combater a pós-verdade e a fake news!