Há um buraco, um abismo na minha alma.
Minha alma é infinitamente maior do que eu,
o que faz com que esse buraco também seja.
Há muitos momentos em que consigo me esquecer dele,
mas quase sempre ele me encontra e me alcança .
A tristeza, a dor e esse abismo são meus companheiros
desde posso me lembrar, desde a infância.
Tem manhãs que é muito difícil levantar,
então eu levanto.
Tem dias que sorrir é como cortar a alma,
então eu sorrio.
Tem dias que eu não sei quem eu sou.
Nestes dias, eu também sorrio.
Esse abismo que é maior do que eu, não me define.
Essa tristeza que rasga meu peito, não sou eu.
Essa dor que faz recuar, não é o fim.
Quando eu olho para meu abismo eu sorrio.
Não é fácil, não é simples, mas é tudo que eu posso fazer.