Escrever melhor é, antes de tudo, escrever textos que as pessoas queiram ler. Por isso, o seu foco de escrita deve ser o seu leitor.
Escrever de forma que ele entenda e que se sinta bem lendo, seja por diversão, por informação ou por aprendizado, é a chave para um texto de sucesso em qualquer profissão.
Por isso, para continuar nossa conversa sobre comunicação escrita e como escrever melhor, neste texto vamos abordar a importância de conhecer o destinatário ou o público alvo de nossos textos.
Se você ainda não leu o primeiro texto da série “Como Escrever Melhor”, acesse ele clicando aqui.
Você também pode acessar esse conteúdo em vídeo acessando: https://www.youtube.com/watch?v=ZFAF9xM7BBI
Existe um ditado no marketing que diz que “quem quer falar com todo mundo não fala com ninguém”. Isso vale para todo tipo de comunicação. Em uma conversa, ninguém gosta de ser tratado como “massa”, as pessoas preferem se sentir valorizadas e que são o destinatário da mensagem.
Por isso, para planejar corretamente seu texto, é muito importante saber para quem ele está sendo escrito. Aqui cabe um adendo: eu conheço muitos autores de textos literários que dizem que não escrevem pensando em um público, mas escrevem para falar deles mesmos e exprimir a própria arte. O que eles não sabem é que, na verdade, eles escrevem para um público que se parece muito com eles e, por isso, se sente representado por aquelas palavras.
Quanto mais você conhecer seu destinatário, mais facilmente você poderá escolher as palavras, estilos, estruturas e argumentos para o texto que farão sentido para eles.
Mas por que pensar no leitor?
Quando você é um escritor literário, você precisa entender que nem todas as pessoas vão gostar do seu estilo e que mesmo assim está tudo bem, porque, desde que você escreva com qualidade, as pessoas que gostarem dele vão formar sua base de leitores. Entretanto, para textos técnicos, isso é diferente porque você precisa convencer seu leitor a ler seu texto até o final e, se você trabalhar com textos de vendas, isso será ainda mais importante.
Eu costumo brincar que a gente se acostuma a escrever na escola para um professor que é pago para ler nossos textos. Então, mesmo que ele não goste, ele precisa ler até o final o que escrevemos. No mundo real, no mercado de trabalho, isso se inverte e é o escritor que passa a ter a responsabilidade de encantar o leitor.
O escritor técnico, que é o escritor que escreve no dia a dia, que escreve memorandos, bilhetes e etc, precisa estar sempre muito atendo ao público do texto que escreveu.
Convencer seu leitor por meio de um texto bem escrito pode ser a diferença entre fechar um grande negócio ou falir, entre conseguir uma promoção ou até ser demitido.
Aproveitando o que sei do meu leitor
Muitas vezes escrevemos textos que vão ser lidos por mais de uma pessoa e nem sempre temos muitas informações sobre a pessoa exata ou o grupo de pessoas que vai ler nosso texto, então é preciso estar atento as informações que estão disponíveis.
Por exemplo, se estamos escrevendo um memorando na empresa, é importante analisar qual costuma ser o perfil das pessoas que trabalham neste tipo de setor: se são contadores, são vendedores, são administradores. Esse tipo de informação que parece pequena, ajuda a escolher os argumentos que farão o texto fazer sentido para o leitor.
Outro exemplo é, se você trabalha no setor público, em um órgão de atendimento ao cidadão e precisa escrever um aviso, deve levar em conta a clientela que utiliza o órgão. Isso te ajuda a escolher palavras que façam sentido para as pessoas que vão ler seu aviso.
Isso funciona em todo o tipo de texto. Conhecer seu público te ajuda a falar de forma que ele te entenda, e essa é a função básica da comunicação: comunicar. Por exemplo, do que adianta fazer uma citação fantástica de uma série de 1980 para um público que tem entre 18 e 25 anos?
O que levar sempre em consideração?
Entretando, indiferente do público para o qual você escreve, tem algumas regras básicas que precisam ser levadas em conta sempre:
- Evite utilizar gírias no seu texto;
- Evite também cliches e frases que já estão desgatadas de tanto serem repetidas;
- Garanta que seu texto não tem erros de gramática;
- Mantenha a lógica da estrutura do seu texto.
Uma boa leitura tem que ser fluida, como se seu leitor entrasse num barco e fosse levado pela correnteza da sua história. Palavras erradas ou desconhecidas, pontuação incorreta e outros erros fazem com que o leitor saia por alguns instantes dessa viagem e, por isso, tornam a leitura cansativa.
Além de escrever corretamente, para manter essa jornada fluida para seu leitor, seu texto tem que ter uma estrutura lógica, ele tem que comunicar uma história de um jeito que faça sentido para o leitor. Lembre-se daquela regrinha que aprendemos na escola: o texto tem que ter começo, meio e fim.
Existem estruturas de texto que trabalham essa lógica de uma maneira diferente. Mas, pelo menos no começo, não complique.
Dicas finais
Uma boa prática é observar os textos que você gosta, procurando localizar neles quais estruturas os tornam atraentes. Então você pode usar essas estruturas para criar seu próprio estilo.
Outra dica é evitar parágrafos e frases muito longas. Textos em blocos grandes são cansativos e desanimam o leitor logo na “primeira olhada”. Pense em parágrafos que tenham de três a cinco frases e abra novos parágrafos sempre que começar uma nova ideia.
Você ainda pode tentar manter seu texto com apenas uma ideia principal. Mas, caso tenha que apresentar mais de uma ideia, deixe bem claro na estrutura a hierarquia entre elas e o modo como elas estão interligadas.
Todas essas dicas se resumem na dica principal deste artigo: pense no seu leitor! Coloque-se no lugar dele e pense: “eu leria esse texto? esse texto me dá todas as informações que eu preciso?
Fazendo isso seus textos, com certeza serão muito mais interessantes e sua comunicação será ainda melhor, ampliando seus resultados e sucesso pessoal e profissional.