Leitura: As viagens de Gulliver

Publicado por em 17 jan 22. Resenhas, Textos
Tempo estimado para leitura: 7 minutos

Livro: As viagens de Gulliver
Autor(a): Jonathan Swift
Editora: ‎(tradução pela ebooksbrasil – 2004)
439 páginas

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Sempre conheci as histórias de Gulliver como contos infantis, seja pelos desenhos ou filmes que, quase sempre, retratam apenas a primeira viagem feita a ilha de Lilipute. Entretanto, ao escrever as aventuras do cirurgião Lemuel Gulliver (1726), o autor Jonathan Swift, apresenta um texto mordaz, irônico e satírico que faz da obra muito mais adulta do que eu poderia ter pensado.

O livro narra quatro das viagens do cirurgião, apresentando diferentes aspectos da personalidade humana e de nossas relações uns com os outros. Usando dessas viagens imaginárias, o autor apresenta as loucuras, as paixões, os erros da humanidade, mas também demonstra a bondade, o amor e sua visão de como seria a perfeição humana. E, apesar de ser um livro do século XVIII, é impossível não fazer assimilação com os dias atuais.

Um único ponto negativo que eu apontaria é que, em pequenos trechos do livro é possível sentir pontas de preconceito racial. Mesmo assim, por se tratar de uma sátira que não poupa ninguém e, considerando a época em que o texto foi escrito, é possível fazer uma leitura que provoque a tentativa de tornar-se um ser humano melhor.

Primeira Viagem – Lilipute

Na primeira viagem, Gulliver chega ao país de Lilipute, onde os habitantes têm cerca 15 centímetros, mas demonstram um ego muito maior. Após naufragar e chegar ao país, o autor é preso por seus habitantes. Após algum tempo, ganha a confiança do imperador e vive lá com relativa tranquilidade.

Entretanto, o país está em guerra com Blefuscu, devido ao importantíssimo fato de os liliputianos acreditarem que os ovos devem ser quebrados pela parte mais gorda (ou grossa) e os Blefusquianos que devem ser quebrados pelo lado mais fino. Gulliver vence a guerra, arrastando a esquadra de navios de Blefuscu sozinho para Lilipute. Ainda assim, devido a um comportamento inadequado é condenado, pela bondade do soberano, a ter os olhos vazados, por isso foge do país e retorna a sua casa.

Segunda Viagem – Bribdingnag

Na segunda viagem, após outro acidente naval, Gulliver chega a outro país desconhecido, Brobdingnag. Este país é o oposto de Lilipute, uma vez que seus habitantes são gigantes. Se no primeiro país, Lemuel Gulliver era um gigante imbatível que puxava com suas mãos frotas de navios, neste segundo, ele é extremamente vulnerável em razão de ser agora tão pequeno quanto os liliputianos.

Ao chegar no novo país, Gulliver é tratado como um animal exótico, tendo de se apresentar inúmeras vezes para enriquecimento de seu novo dono. Chegando a beira da morte pelo cansaço, ele é vendido para a Rainha, mas permanece aos cuidados de uma carinhosa menina gigante que ele chama de Glumdalclitch, que quer dizer professorinha na língua do país.

Gulliver é sempre visto como um animal menor pelo rei. Ao tentar falar das maravilhas da humanidade, deixa o rei horrorizado ao falar sobre pólvora e o poderio opressor e bélico dos povos civilizados.

Uma curiosidade é que, aos olhos de Gulliver, todas as imperfeições do gigantes como poros, manchas na pele ou qualquer outra parecem horríveis.

Ao fim, um descuido faz com que águias roubem Lemuel Gulliver e o derrubem no mar e assim ele encerra sua segunda viagem.

Terceira Viagem – Diversos países

Na terceira viagem, depois de ser capturado por piratas, Gulliver vai parar em uma ilha voadora de Lapúcia, local onde as pessoas são extremamente distraídas, sempre em uma eterna contemplação de coisas triviais e assuntos sem relevância.

Ao descer em terra firme, ele visita Balnibardos e a Academia de Lagado, onde encontra diversos cientistas malucos se dedicando a experimentos descabidos, no mesmo estilo do povo de Lapúcia.

Ainda nesta viagem ele faz uma breve passagem por Glubbdudrib onde, devido a alguns poderes da realeza local conversa com vários famosos mortos da história, descobrindo que a história humana é muitas vezes reescrita conforme o ponto de vista dos poderosos.

Quase no fim dessa viagem, em Luggnagg, encontra uma classe seleta de pessoas chamadas de struldbruggs ou imortais. Nesse trecho a uma grandiosa reflexão sobre a velhice e a beleza da finitude humana, pois estes imortais envelhecem e deixam de ser reconhecidos como vivos, caindo no esquecimento do mundo e no sofrimento das doenças.

Quarta Viagem – País dos Huyhnhmns

Em sua última viagem, Lemuel Gulliver, após um motim ele é levado aos País dos Huyhnhmns, cavalos racionais e virtuosos. Nesta ilha existem uma espécie de animais chamada Yahus, que são muito parecidos com os seres humanos, mas irracionais.

Gulliver é confundindo com um desses animais, mas o Huyhnhmn que o acolhe em casa se impressiona com a capacidade de pensamento e raciocínio do homem. Eles tem diversas conversas e Gulliver passa a admirar os modos e a cultura desse povo, encontrando perfeita paz e harmonia ao ponto de não desejar mais viver com a humanidade.

Os Huyhnhmns decidem que ele não deve viver entre eles como um igual e Gulliver se vê obrigado a ter que ir embora, encerrando sua última viagem.

1 Comentário

  1. Olha isso!!!
    Que máximo!!!
    Quantas informações, quando lemos descobrimos coisas que nem imaginamos,
    Agradeço muito por você nos proporcionar essas maravilhas!!!
    Amoooo

    Por Maria José Gomes em 18 de janeiro de 2022 às 16:00

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