Cabra Cabriola

Publicado por em 20 set 23. Folclore, Textos
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Os pais de André e Matheus sempre diziam para eles terem cuidado com a Cabra Cabriola, uma criatura metade humano metade cabra, que vaga durante a noite procurando crianças desobedientes e travessas para comer. Dizem que ela tem chifres afiados, olhos vermelhos como rubis e solta fogo pelas ventas.

Uma noite, os pais precisaram viajar até a aldeia vizinha. Voltariam pela manhã e recomendaram muito que os dois se comportassem. Os dois meninos ouviram, mas estavam muito empolgados em ter a casa inteira só para eles por uma noite.

Conforme a noite avançava, o vento uivava nas árvores e suas sombras projetavam imagens pela janela, André e Matheus começaram a sentir medo e os sons estranhos que ecoavam do lado de fora da casa começaram a assombrá-los.

Por volta da meia-noite, sentiram um cheiro muito ruim no ar e ouviram um som distante, como um arranhão. Matheus se levantou da cama e foi até a janela olhar. Quando ele abriu as cortinas e olhou para fora, viu uma coisa que fez seu coração disparar: a Cabra Cabriola, parada na clareira próxima à casa. Seus olhos brilhavam como brasas no escuro, e seus chifres reluziam à luz fraca da lua.

O menino fechou as cortinas e correu para o quarto do irmão, acordando-o com urgência. Os dois ficaram em pânico.

Eles ouviram passos lentos e pesados se aproximando da porta. Seus corações batiam tão alto que podiam ouvir o som. A cabra estava tentando entrar. André e Matheus se encolheram em um canto do quarto, tremendo de medo.

A porta se abriu com um rangido terrível, e o monstro entrou na casa. Caminhou lentamente até o quarto das crianças. Nesse momento de desespero, André se lembrou do que seus pais lhe contaram sobre o monstro. Dizia-se que a Cabra Cabriola não suportava o som de sinos, porque lhe lembrava a Igreja. O menino agarrou um pequeno sino de decoração e o sacudiu freneticamente.

O som ecoou pela casa. A Cabra Cabriola emitiu um grito agudo e fugiu, cobrindo os ouvidos com as patas, desaparecendo na escuridão da noite.

Os meninos continuaram tocando o sino até o amanhecer, quando finalmente seus pais retornaram. Eles contaram a história aterrorizante que viveram durante a noite e os quatro se abraçaram aliviados.

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